terça-feira, 23 de junho de 2015

Como eu passei em concursos públicos

Postado por Camila Mumic às 18:54
Meus livros lindos, amados e extremamente úteis durante o processo todo!
Se tem uma pergunta que eu ouço com muita frequência, essa pergunta é sobre concurso público. As pessoas costumam me perguntar como foi que eu passei, se eu só estudava ou se também trabalhava, quantas horas eu estudava por dia, quantos meses eu estudei para o concurso X ou Y. Então eu resolvi criar esse panorama geral (e bem resumido) para que vocês possam entender como foi a minha trajetória de concurseira.

Eu prestei três concursos públicos: o do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que foi o primeiro; o DETRAN-SP, que f
oi o segundo; e o TRT da 15ª Região, que foi o terceiro. Para todos os três eu estudei de formas diferentes e meus métodos evoluíram com o tempo, já que eu era totalmente leiga no assunto quando resolvi começar a estudar.

No caso do TJ-SP, eu não sabia absolutamente nada sobre concurso e nem fazia ideia de como estudar. Eu só vi o edital, já que alguém postou no Facebook, e como eu estava insatisfeita com a minha profissão resolvi encarar.  Então, eu fiz uma coisa que você nunca deve fazer na sua vida. Eu comprei uma apostila de banca e resolvi que ia estudar por ela, e então comecei.

Eu estudei por volta de três meses para esse concurso, só pela apostila. Eu ia lendo, grifando e fazendo os exercícios sugeridos ali mesmo. Eu estudava por volta de três a quatro horas por dia, e não todos os dias, porque nessa época eu ainda estava trabalhando fora e meu tempo era mais limitado. Mesmo assim, fui para a prova com a sensação de que estava sabendo o básico da matéria. Nunca tinha estudado Direito na vida e curti muito, então estudar não tinha sido tão sacrificante assim.

No dia da prova foi muito difícil controlar o nervosismo. Eu cometi diversos erros porque estava nervosa. Eu coloquei todas as minhas expectativas naquele único concurso, porque eu estava muito insatisfeita com o meu trabalho e via nessa prova uma oportunidade de mudar a minha vida.

Prova feita, gabarito conferido e resultado publicado, eu descobri que meu desempenho tinha sido muito menor do que o que eu esperava. Fiquei em 97º lugar na classificação geral e meu mundo caiu. Eu chorei, me desesperei, fiquei uma semana em depressão e depois resolvi que não ia desistir. Afinal, eu tinha gostado de Direito e sempre gostei de estudar, de aprender coisas novas. E eu podia usar todos os meus erros e acertos com o TJ para evoluir no concurso seguinte.

E aí apareceu a ideia de prestar um concurso de Tribunal Federal, já que eles são os “queridinhos dos concurseiros”. Nessa época eu já tinha conhecido os fóruns na internet e grupos do Facebook criados só para discutir concursos. Eu já tinha descoberto, também, que cometi todos os erros clássicos de concurseiros iniciantes com o TJ, e isso me deixou motivada, porque eu percebi que não é normal ter ótimo desempenho no primeiro concurso e que eu, inclusive, já deveria estar feliz só de ter ficado entre os classificados.

Sendo assim, comecei a procurar o meu material de estudo. Conheci os sites Eu Vou Passar e Questões de Concursos, peguei os editais dos últimos concursos de Tribunais e comecei a estudar me baseando neles. Aos poucos, fui criando uma biblioteca básica com os livros que o pessoal indicava nos grupos.

Nessa época, eu costumava fazer freelances com transcrição e resolvi que ia sair do trabalho em que estava e me dedicar somente aos estudos, me virando da forma que desse com as transcrições. A ajuda do Marcus foi essencial, porque eu até ganhava o suficiente para manter as minhas despesas básicas, mas ele segurou as pontas sozinho em diversos momentos. Além disso, meus sogros abriram as portas da casa deles para que nós pudéssemos viver lá durante esse período e não precisássemos gastar com aluguel.

Eu pude, portanto, me dedicar mais ao meu projeto de aprovação. Passei a manter uma rotina de 6 a 8h de estudo diárias, assistindo vídeo-aulas no Eu Vou Passar, fazendo questões no Questões de Concurso e lendo a matéria nos meus livros, tudo isso focando no concurso do TRT da 15º região que já era esperado para o ano de 2013.

De repente, saiu o edital do DETRAN-SP. Como o salário era bom, a instituição tinha pressa em contratar e o edital era muito semelhante ao edital do Tribunal, eu resolvi prestar. Era mais uma chance de entrar no serviço público sem apostar as minhas fichas todas em apenas uma prova. A única matéria diferente que compunha o edital era Código de Trânsito, e eu tive a chance maravilhosa de conhecer o curso do professor Leandro Macedo (do LM Concursos) no Eu Vou Passar. Por conta desse curso e dos meus estudos para o TRT, fui muito bem na prova e acabei me classificando em primeiro lugar para o cargo de Agente Estadual de Trânsito no meu polo de trabalho (posteriormente a minha classificação mudou e eu fui para 2º lugar, por conta das questões injustamente anuladas! Hahaha).

Isso me deu um gás absurdo. Eu percebi que estava no caminho certo. Me matriculei em um curso de Analista e Técnico de Tribunais na LFG e passei a estudar como se nada mais importasse nessa vida. Nessa época, eu não saía aos fins de semana, procurava pegar o mínimo de trabalho possível e só pensava em estudar. Escrevia duas redações por semana, fazia várias questões, focava muito em direito do trabalho, ia assistir às aulas todos os dias. O resultado disso é que fui aprovada no concurso em 10º lugar para o meu polo. Uma classificação muito melhor do que a que eu esperava, porque eu sabia que estava competindo com um pessoal que estava nesse caminho há muito mais tempo do que eu.

Eu pensei em desistir muitas vezes. Ponderei se o serviço público era, de fato, uma coisa que eu ia gostar de fazer para o resto da vida (e, sobre isso, eu ainda vou fazer outro post). Às vezes eu me sentia tão cansada que precisava tirar um cochilo de uma hora para conseguir manter a concentração por mais duas. Tomava litros de café. Ficava irritada e cansada o tempo todo. Mas eu respirava fundo e pensava que, um dia, aquilo tudo seria recompensado. A minha independência financeira e a oportunidade de fazer a diferença em uma instituição pública me motivavam. Era a minha melhor chance de realizar meus sonhos através dos meus próprios meios e do meu próprio suor. E, realmente, valeu muito a pena!

Eu sei que devem restar dúvidas sobre todo esse processo, mas se vocês quiserem saber mais, podem deixar um comentário aqui embaixo que eu vou ter o maior prazer em responder.

Um beijo e se cuidem!

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